A pesquisa mostra que apesar do
crescimento no número de médicos nos últimos anos, permanece a desigualdade no acesso
à medicina no Brasil. Foto: Ilustrativa
A
pesquisa Demografia Médica, divulgada ontem (8), pela Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (USP) em parceria com a Associação Médica Brasileira,
mostra que, apesar do crescimento no número de médicos nos últimos anos,
permanece a desigualdade no acesso à medicina no Brasil. Com 562,2 mil
profissionais de medicina espalhados pelas cinco regiões do país, o índice
registrado é de 2,6 médicos por mil habitantes. O número ainda está abaixo da
média mundial de 3,36 médicos por cada grupo de mil habitantes.
A
desigualdade é ainda maior quando considerados os estados com a menor
densidade, e o Pará lidera com 1,18 médico por 1.000 habitantes, seguidos por
Maranhão (1,22) e Amazonas (1,36). Esses dados alertam, sobretudo quando
comparados com o Distrito Federal (5,53 por mil habitantes), Rio de Janeiro
(3,77), São Paulo (3,50) e Santa Catarina (3,05).
Duas
regiões do país têm número de médicos em relação à população inferior à média
nacional. No Norte há 1,45 médico por 1.000 habitantes e, no Nordeste, 1,93. Já
as regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul do Brasil contam com 3,39, 3,10 e 2,95
médicos por 1.000 habitantes, respectivamente.
Os
dados da Demografia Médica ainda mostram que os médicos se concentram nas
capitais brasileiras que, somadas, reúnem 312.246 médicos de todo o país, o que
representa uma razão de 6,13 profissionais por 1.000 habitantes.
“Ainda
é pouco significativa a dispersão territorial ou ‘interiorização’ de médicos, o
que vinha sendo aguardado depois que inúmeros cursos de medicina foram abertos
no interior. Pela projeção feita, o Brasil como um todo terá 4,4 mil médicos
por mil habitantes em 2035, mas a desigualdade pode até mesmo se intensificar,
com mais profissionais se dirigindo para locais onde a concentração já é alta”,
destaca o documento da Demografia Médica.
O
Pará tem 10.359 médicos para uma população de 8.777.124 habitantes. Deste
total, 46,4% são generalistas (não atendem por especialidade) e 53,6%
especialistas (realizou curso de especialização ou residência médica em uma
área específica) em todas as áreas da medicina, sendo que a Clínica Médica é a
área que tem o maior número de profissionais no Estado, 872. Pediatria vem em
seguida, com 728 médicos. A cirurgia geral fecha com 664 especialistas.
Fonte:
Diário do Pará
