
Foto: Bruno Cecim / Ag.Para (Foto: )
De acordo com o
boletim desta segunda, 31 de maio, a Secretaria de Estado de Saúde Pública
(Sespa) registra a diminuição do número de casos de mortes provocadas pela
Covid-19, a partir da observação da média móvel de casos. A queda é de 70,6% da
média móvel quando comparada com 14 dias atrás. No dia 17, eram 18 óbitos por
dia, enquanto que ontem, 30, foram computados cerca de cinco por dia.
Rômulo Rodovalho,
titular da Sespa, atesta a diminuição sugerida no boletim. "A média móvel
dos últimos 14 dias mostrou que tivemos uma queda grande de 70,6%. Mas mesmo
com as taxas de casos e óbitos em queda, é importante a população entender que
a pandemia não acabou e continua sendo necessário cumprir medidas de
distanciamento social e proteção e higiene individual para evitar o contágio,
orienta o gestor.


Os cuidados são
necessários para diminuir os riscos provocados pela doença. O aposentado
Benedito Resque, 81 anos, morador de Belém, se emociona bastante ao lembrar do
que enfrentou ao ser infectado, há quase um ano. A esposa dele, Joana Melo, 79,
adoeceu ao mesmo tempo, mas com sintomas leves, foi orientada a se cuidar em
casa.
“Eu tinha plano de
saúde caro, de qualidade, mas quando os sintomas foram piorando e a gente nem
sabia o que era, achava que era uma sinusite piorando, não consegui atendimento
pelo plano em lugar nenhum. Chegou um momento em que conseguimos um oxímetro emprestado
e vimos que a minha saturação estava caindo muito. E aí começou a falta de
ar", lembra o aposentado.
Ele chegou ao
Hangar no dia 7 de maio de 2020, com a boca bem roxa e quase desmaiando.
"Foram oito dias lá dentro. Graças a Deus não precisei ser intubado, e com
o apoio da equipe toda, médico, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogo,
pessoal que trazia as refeições, consegui enfrentar aqueles dias",
recorda, emocionado.
"Senti muito
medo. Sou do Marajó e já vi e vivi muita coisa, mas um medo desse tipo nunca
senti igual. A gente via pessoas partindo o tempo todo, algumas iam e voltam e
outras e não voltavam. E eu pensava ‘Será que o próximo vou ser eu?’",
relata, com a voz embargada.
Recuperação
contínua - Após a alta, ficaram algumas sequelas psicológicas e no corpo: o
pulmão chegou a ficar 50% comprometido, como mostrou a tomografia. "Fui
fazer o restante do isolamento na casa do meu filho, com todos os cuidados,
para poder me recuperar e não transmitir o vírus. Foram outros 14 dias sem poder
ter contato com as pessoas, só falando no celular. Lá no hospital, a gente se
comunicava por um sistema de interfone e todos os dias o meu filho ou a minha
filha vinham conversar comigo. Estou tratando até hoje dessas sequelas com a
geriatra", relata o ex-paciente.



Benedito continua
com os cuidados para evitar a reinfecção mesmo após ser
imunizado. "Me sinto um sobrevivente. Pela graça de Deus, pude estar
vivo e me vacinar. Eu e a minha esposa Joana, que passamos juntos por essa
pandemia. Mas todos os dias eu penso naqueles que não tiveram a mesma chance
porque o momento era outro, a gente não sabia muito como acontecia a
contaminação, se podia tomar alguma coisa, se ia no médico ou ficava em casa,
não tinha vacina. Mas aqui continuamos tomando os mesmos cuidados de não ir
para aglomeração, não sair de casa sem máscara ou receber qualquer pessoa em
casa sem máscara, passar álcool 70 nas coisas do mercado, estar sempre com
spray de álcool no bolso quando for sair", lista Benedito, recomendando o protocolo
de segurança.
Por Carol Menezes (SECOM)