
Governador do Pará, Helder Barbalho, quer o Pará unido e é contra o plebiscito sobre a criação do Estado de Tapajós (Foto: )
Plebiscito de novo?
A análise do Projeto de Decreto Legislativo (PDL nº
508/2019), proposta que autoriza novo plebiscito sobre a
criação do Estado de Tapajós, teve sua apreciação adiada na Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, na quarta-feira (17). A
proposta que autoriza novo plebiscito no Pará é de autoria de vários senadores,
com iniciativa principal do suplente de senador Siqueira Campos (DEM-TO), que a
apresentou em 2019, quando ele assumiu por uma semana o cargo do titular.


Destaques da semana I
Foram interpostos vários pedidos de vista
(coletivo) que adiou a votação do projeto para a próxima reunião do colegiado
na semana que vem e assim se dará sucessivamente. Quando soube que o projeto
entraria na pauta da CCJ, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB),
solicitou ao pai, senador Jader Barbalho (MDB-PA), membro do colegiado, que
apresentasse pedido de vista. O senador não só atendeu ao pedido como articulou
com outros colegas a apresentação de pedido de vista coletivo.

Mapa com dos dados de cada região separatista do
Pará
Destaques da semana II
O projeto será utilizado como munição política por
quem quer que seja o opositor de Barbalho no seu projeto de reeleição no ano
que vem, caso, não seja alguém do PSDB, também contra a proposta. O governador
paraense disse na quarta que desde que tomou posse como governador em 2019,
quer o Pará unido. “Fiz um gesto nesse sentido ao tomar posse após os
resultados das eleições, em Belém, Santarém e Marabá, para deixar claro que o
Pará permanecerá unido e meu governo estará presente em todo o Estado”, disse.
Destaques da semana III
A preocupação do governador é o fato de os
eleitores da região oeste do Estado terem votado, no plebiscito de 2011, a
favor da criação do Tapajós. Realizado há dez anos, junto com o do Estado do
Carajás, na região sul/sudeste paraense, o plebiscito mostrou que as populações
das regiões interessadas votaram em peso a favor da criação dos dois novos
estados e com índices que superaram 98% dos votos. Essas populações sonham se
tornar independentes politicamente, com a criação do 27º e do 28º estados
brasileiros. Um sonho acalentado há 170 anos, no caso dos eleitores do
oeste paraense.


Destaques da semana IV
Enquanto o movimento em prol da criação do Estado
do Carajás praticamente morreu, defensores do projeto da nova consulta sobre o
Tapajós concordam que a proposta sofrerá grande rejeição, mais em virtude da
crise econômica gerada pela pandemia do novo coronavírus do que pela política
em voga que, segundo os líderes do movimento, continua a relegar a região ao
atraso. Uma pesquisa que teria sido encomendada pelos defensores do Tapajós
aponta que a população continua querendo sua independência.
Baixa representatividade
O fato é que atualmente existe uma baixa
representatividade política das regiões oeste, sul e do sudeste no Pará. São
poucas cadeiras ocupadas na Assembleia Legislativa do Pará, na Câmara dos
Deputados e no Senado Federal que defendem a criação do Tapajós, e a tendência
do movimento é ser rejeitado em sua longa tramitação no Congresso Nacional.
No passado, 20 anos foi o tempo necessário para a aprovação do plebiscito de
2011.

Presidente da Câmara, dep. Arthur Lira e ministro
da Economia, Paulo Guedes
Aprovado na Câmara
O Senado travou a tramitação da agenda econômica
que tramita no Congresso Nacional e quem perde é o Brasil.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), reclama que a aprovação de
projetos, tidos como impopulares, oriundos do Ministério da Economia, como a
reforma do Imposto de Renda e a PEC dos Precatórios, quando chegam ao Senado
têm suas tramitações paralisadas. O ministro da Economia, Paulo Guedes, vê em
Lira um “homem cumpridor de acordos”, mas está preocupado com a continuidade da
agenda na Casa.
Engavetado no Senado
Arthur Lira classifica como cômoda a postura do
presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG), um potencial presidenciável. Em
conversas reservadas o presidente da Câmara diz que apenas ele tem se exposto
publicamente, enquanto o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, empurra os
projetos com a barriga. Sem o andamento no Senado, Lira teme que apenas a
repercussão negativa fique em voga entre seus eleitores, sem os possíveis
louros eleitorais que a agenda traria. A apreciação da reforma administrativa e
toda a pauta econômica está em risco exatamente por essa leitura do presidente
da Câmara.
Orçamento secreto
O deputado federal Joaquim Passarinho (PSD-PA)
apresentará um pedido para que o presidente da Câmara, Arthur Lira, suspenda
definitivamente as emendas parlamentares do orçamento secreto.
Sob pressão
Arthur Lira já está sob pressão do Supremo Tribunal
Federal (STF), que ordenou a suspensão dessas emendas, e do Tribunal de Contas
da União, que apura esses repasses. A iniciativa de solicitar oficialmente que
Lira suspenda essas emendas foi comunicada por Passarinho a colegas na
terça-feira (16), em almoço da Frente Parlamentar do Empreendedorismo, em
Brasília. Passarinho é o coordenador da Frente Parlamentar na Câmara dos
Deputados.
Filiação
Na próxima semana ninguém se surpreenda se o
presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o presidente do Partido Liberal (PL)
Valdemar Costa Neto distribuírem os convites de casamento.
Costa Neto reuniu o partido na quarta-feira (17) e acertou “carta branca” para
aparar as arestas que faltam para o anúncio da filiação.
PEC dos Precatórios
Relator da PEC dos Precatórios na CCJ do Senado,
Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) esteve com os colegas José Aníbal (PSDB-SP) e
Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que ficaram responsáveis por fazer sugestões
a fim de que o texto seja aprovado na comissão. As bancadas de PSDB, Podemos e
Cidadania, que somam 18 senadores, só aceitam votar a favor caso o parecer
inclua a manutenção do teto de gastos, o pagamento integral dos precatórios e
um programa social permanente. “Se não tiver esses itens, vamos para o voto”,
disse Vieira, líder do Cidadania.
Expectativa
A expectativa de Bezerra Coelho, é de que a votação da PEC em plenário ocorra
em 30 de novembro, a tempo de ajustar o Orçamento da União de 2022, com
previsão de recursos ao Auxílio Brasil. Os prazos foram debatidos em reunião
com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
Boicote
Senadores ameaçaram boicotar as próximas votações na Casa, inclusive a PEC dos
Precatórios, enquanto o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ),
senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), não marcar a sabatina de indicação de André
Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF). O senador Esperidião Amin (PP-SC)
mencionou a possibilidade de paralisação dos trabalhados enquanto não houver
uma certeza da data para a realização da sabatina.
Tumulto
O plano é tumultuar a agenda. “No dia 23
pretende-se que nós apreciemos a PEC dos Precatórios, que é um tema muito
relevante. Acho que, se no dia 23 ainda não tivermos a certeza de que essa
matéria (sabatina) e outras mais serão apreciadas antes do dia 30, nós vamos
tumultuar bastante o calendário deste fim de ano. É um desrespeito à maioria.
Uma única vontade tentando segurar um tsunami legítimo que a maioria dos
mandatos desta Casa já expressou”, afirmou Amin.
Surpreendendo
Com frieza, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, limita-se a declarar que
espera que a sabatina de Mendonça aconteça durante o esforço concentrado, entre
os dias 30 de novembro e 2 de dezembro, mas ninguém acredita que isso seja
levado a sério. “Não vejo razão alguma de paralisarmos o funcionamento pleno do
Senado Federal em função de algo que se antevê e possa ser solucionado nesse
esforço concentrado”, disse Pacheco.
Aumenta a fila de senadores insatisfeitos com a postura leniente de Pacheco com
a exposição pública negativa do nome do Senado, devido os atos do senador Davi
Alcolumbre (DEM-AP).
Enquanto isso…
Em outro palácio na Praça dos Três Poderes, a ministra Cármen Lúcia foi
sorteada como relatora do primeiro processo que questiona no Supremo Tribunal
Federal aspectos constitucionais da PEC dos Precatórios. A expectativa é de que
a magistrada fique responsável também por prováveis Ações Diretas de Inconstitucionalidade
(ADIs) que podem ser apresentadas contra trechos da emenda, caso aprovada. A
prevenção só ocorrerá se Cármen Lúcia der alguma decisão de mérito na ADPF;
caso ela, por exemplo, declare o “não conhecimento” da ação, pode ser
necessário novo sorteio no futuro.
Desoneração da Folha
A CCJ da Câmara aprovou em votação simbólica o PL 2.541/2021, que trata da
extensão da desoneração da folha de pagamento. O relator, deputado Marcelo
Freitas (PSL-MG), alterou o parecer anterior, que previa a desoneração até
2026, e reduziu a extensão do benefício por apenas mais dois anos.
Ajuste
O ajuste evita que haja um veto de Bolsonaro e faz com que o texto vá para o
Senado nos termos considerados ideais pelo governo. Aprovado o projeto pela
CCJ, abre-se prazo de cinco sessões para apresentação de recurso contra a
tramitação conclusiva. Se não houver apresentação de recurso para análise no
plenário o texto segue para o Senado, onde não se pode contar com uma rápida
tramitação. Tudo que trata da pauta econômica está travado.
Teoria do caos
O que acontece no Senado é mais um dos fenômenos da
política brasileira. Como Estados e o Distrito Federal têm representação com o
mesmo peso, com três senadores eleitos por unidade federativa, teoricamente
todo o processo de tramitação na Casa deveria ser mais rápido e consensual, mas
não é isso o que ocorre. Os prejuízos ao país são descomunais.
Sessão Solene
Foi muito emocionante a Sessão Solene na
quarta-feira (17), em homenagem, pelo sexto ano seguido, a Nossa Senhora de
Nazaré. A sessão já é considerada tradição na Casa e é proposta desde 2015 pelo
deputado federal Joaquim Passarinho, um dos líderes da Frente Parlamentar
Católica da Câmara dos Deputados.

Efemérides
Nesta sexta (19), comemora-se o “Dia da Bandeira”, o “Dia Internacional do
Homem” e o “Dia Mundial do Vaso Sanitário”. No sábado (20), é o “Dia da
Consciência Negra” e o “Dia Universal do Direito das Crianças”. Em Marabá,
comemora-se o Dia de São Félix de Valois, padroeiro da cidade, onde a data é
feriado municipal. No domingo (21), comemora-se o “Dia Mundial da Televisão” e
o “Dia Mundial da Saudação”. Na Segunda-feira (22), é o “Dia do Músico”. E,
fechando o ciclo da semana, na quinta-feira (25), comemora-se o “Dia da
Madrinha”.
De volta na semana que vem
Estaremos de volta na próxima semana publicando direto de Brasília, as notícias
que afetam a vida de todos os brasileiros, com as reportagens exclusivas aqui
no Blog do Zé Dudu.
Como a vacina já está disponível para todos, tome
as duas doses do imunizante e continue usando máscaras, álcool em gel nas mãos
e evite lugares onde houver aglomeração de pessoas, mesmo ao ar livre.
Cuide de sua saúde e da sua família. Um ótimo final de semana a todos.
Val-André Mutran
– É correspondente do Blog do Zé Dudu em
Brasília.
Contato: valandre@agenciacarajas.com.br
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