Após a morte de seis pessoas de uma
mesma família, em menos de 24 horas, na cidade de Faro (PA), devido a
complicações por covid-19 e falta de oxigênio hospitalar na Unidade
Básica de Saúde (UBS) onde foram atendidas, o governo do Pará trabalha para
garantir o abastecimento do produto nas cidades paraenses que fazem divisa
com o estado do Amazonas.
As mortes ocorreram
entre segunda-feira (18) e terça-feira (19). Segundo a secretaria
estadual de Saúde Pública (Sespa), já na noite desta segunda-feira, 159
cilindros de oxigênio medicinal foram levados de caminhão para Santarém, de
onde foram transferidos para outras cidades do oeste paraense.
Segundo a pasta, o produto já
foi distribuído para quatro municípios, entre eles, Faro, que recebeu 20
cilindros. Setenta e nove recipientes foram remanejados para Oriximiná. Já as
cidades de Terra Santa e Juruti receberam 30 recipientes cada.
Ontem (20), o governador Helder
Barbalho conversou, por videoconferência, com prefeitos de cidades paraenses
que fazem divisa com o Amazonas, estado onde o número de mortes por
covid-19 aumentou na semana passada por causa da falta de oxigênio em
hospitais públicos e privados. Desde a última segunda-feira (18), seis
pacientes com a covid-19 foram transferidos do Amazonas para o Pará, em estado
grave. São cinco mulheres e um homem.
Além de ouvir as demandas dos
prefeitos do oeste paraense, Barbalho também se reuniu com representantes de
empresas que fornecem oxigênio para o Pará. Ele garantiu que não há escassez de
oxigênio medicinal no estado.
“Tem leito e há oferta de oxigênio.
Não podemos confundir falta de gestão e busca ao produto com escassez.
Isso está longe de acontecer”, afirmou Barbalho, atribuindo às prefeituras
a responsabilidade de planejar suas ações de forma a não faltar insumos
médicos e equipes de profissionais da saúde.
“As prefeituras
devem ter planejamento para garantir equipes médicas e suporte de insumos.
O governo do estado está à disposição naquilo que nos cabe,
mas tive a comunicação de que as empresas que fornecem oxigênio têm condições
de atender [à demanda]. Elas dependem das solicitações de cada
município”, acrescentou.
Hoje (20), os secretários
adjunto da Sespa, Sipriano Ferraz, e o secretário regional de governo do Baixo
Amazonas, Henderson Pinto, viajaram para Faro. Eles vão verificar a
estrutura hospitalar da região e checar eventuais demandas das autoridades
locais.
O governo do estado também pediu
à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autorização para que o serviço
aeromédico possa pousar em Faro a fim de transferir para outras localidades os
pacientes que precisarem.
Em nota, a Sespa informou que o
fornecimento de oxigênio para o estado é capaz de suprir a demanda de todas as
cidades paraenses, e ainda apoiar outros estados, como o Amapá e o Maranhã.
Ainda assim, a pasta alertou às secretarias municipais para que estejam atentas
à situação.
“Por causa da municipalização da
saúde, cada prefeitura é responsável pela manutenção de contratos e aquisição
do produto para abastecimento local, cabendo então à gestão estadual a compra e
o abastecimento de oxigênio dos hospitais estaduais”, informou a Sespa.
Aveiro
Ainda na divisa com o Amazonas,
próximo a Santarém, a prefeitura do município de Aveiro decidiu restringir
a circulação de pessoas a fim de tentar conter a disseminação do novo
coronavírus e o consequente aumento do número de casos da covid-19.
Decreto assinado pelo prefeito Vilson
Gonçalves estabelece toque de recolher na cidade, proibindo o trânsito de
pessoas nas vias públicas de todo o município após as 22 horas. Comércios,
bares, restaurantes e similares também terão que fechar suas portas a partir
deste mesmo horário. Além disso, estão suspensos o funcionamento de espaços
desportivos (como academias e escolas de treinamento), as atividades de
balneários, clubes e similares e vendas ambulantes.
Quem chegar à cidade após passar por
locais classificados como de risco vermelho para o contágio da covid-19 deverá
passar ao menos 14 dias em isolamento domiciliar, mesmo que não apresente
sintomas da doença. O início das aulas presenciais em estabelecimentos de
ensino públicos e privados também está suspensa por tempo indeterminado, de
forma que o ano letivo começará por meio de aulas remotas.
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