
Jair Martins (Foto: )
Até o momento a defesa do prefeito de
Conceição do Araguaia, Jair Lopes Martins (MDB) ainda não efetivou a intimação
eletrônica da condenação por atos de improbidade administrativa proferida pela
justiça do Tocantins. A decisão condenatória aconteceu dia 5 último e foi
publicada no dia seguinte (6), assim Jair tem 10 dias úteis, ou seja, até o dia
19 próximo para ir no portal da justiça e receber eletronicamente a intimação,
caso não faça isso até esta data, ele já estará automaticamente intimado. Após
esta data, ele terá 15 dias úteis (10 de setembro) para protocolar o recurso de
apelação ainda na primeira instancia, em seguida o processo é remetido ao
Tribunal de Justiça.
Com esta condenação o nome de Jair
Martins e dos demais condenados já estão inseridos no Cadastro Nacional de
Condenações Cíveis por ato de Improbidade Administrativa e Inelegibilidade. Se
a decisão for mantida pelo Tribunal de Justiça do Tocantins (TJ-TO) Jair e os
demais estarão inelegíveis. De acordo com especialistas, este processo poderá
chegar ao TJ-TO até o mês de outubro deste ano e seu julgamento poderá ocorrer
antes das eleições 2020, pois o rito processual está ocorrendo dentro da Meta 4
do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) – evento que da celeridade a julgamentos
de ações antigas de improbidade.
Os efeitos imediatos desta condenação
caso seja mantida no Tribunal de Justiça, se estendem até o período de
diplomação de eleitos, ou seja, se o TJ-TO julgar e manter a condenação mesmo
após a eleição deste ano, e se Jair for reeleito ele poderá não ser diplomado.
BLOQUEIO DE BENS: No dia 3 de junho
último a justiça do Tocantins já havia dado a primeira sentença neste processo,
dentro da Meta 4 do CNJ bloqueando bens dos acusados. Jair foi condenado a
devolver aos cofres públicos o valor de R$ 23.283.880,00 – mais R$ 500 mil de
multa. O mesmo bloqueio de bens se estendeu a outros condenados.
O CRIME: O ex-governador do Tocantins Marcelo Miranda
(MDB) já chegou a ser preso e passar muito tempo na cadeia por este mesmo
esquema. Os crimes ocorreram durante o primeiro mandato de Marcelo Miranda,
entre 2003 e 2006. Além de Jair Martins e Marcelo Miranda, Hebert Barbosa Filho
e as empresas Neiva & Martins e Advocrata e Mercado Indústria e Comércio de
Artigos Ópticos fizeram parte das ações criminosas. Na época Jair Martins era
chefe de gabinete do governo do Tocantins, ele foi exonerado do cargo para
abrir empresas que mais tarde participaria de licitações fraudulentas e
receberia mais de R$ 20 milhões em contratos.
A decisão condenatória é do juiz José
Maria Lima, da 2ª Vara da Fazenda e Registros Públicos de Palmas. Com base nos
elementos dos autos, o juiz concluiu que houve dispensa indevida do processo de
licitação para compra dos óculos e procedimentos oftalmológicos. Além disso,
segundo o processo, os contratos teriam sido direcionados para as duas empresas
ligadas ao prefeito de Conceição do Araguaia Jair Martins.
Jornal A Notícia