O secretário de Saúde do Pará, Alberto Beltrame,
pediu licenciamento do cargo. O substituto dele será Rômulo Rodovalho, delegado
da Polícia Federal. Beltrame também renunciou à presidência do Conass (Conselho
Nacional de Secretários de Saúde).
Ao fazer a troca na Secretária de Saúde, Helder dá
um golpe de mestre e retoma a iniciativa política, perdida desde a blitz
sofrida pelo Pará. Na quinta pela manhã, deputados da oposição elogiavam à boca
pequena a decisão.
Há dúvidas sobre a investida do Governo Federal
contra o ex-secretário de Saúde Alberto Beltrame. Cheira à ataque político
bolsonarista. Beltrame era presidente do Conass, Conselho Nacional dos
Secretários de Saúde. Fazia contraponto à falta de rumo presidencial no assunto
Covid. Não há críticas à condução técnica de Beltrame na secretaria.
Por que caiu, então?
O governador não disse expressamente, mas fontes do
palácio confirmam o que está nas entrelinhas do pronunciamento de Helder.
Beltrame não tinha controle sobre o andar de baixo da Secretaria. A coisa
estava solta demais, a ponto da PF flagrar um colaborador trazido por Beltrame
com um caixa cheia de dinheiro em casa. A surpresa foi grande demais, ninguém
do governo esperava. Por isso, houve a degola do ex-secretário.
Não é à toa que Helder pôs um delegado da PF pra
botar ordem na casa. Na mensagem ao Estado, o governador afirmou que a tarefa
do novo secretário é restabelecer a confiança da sociedade. Mas, quem prestou
atenção ao texto ouviu: restabelecer a confiança do Governo também.
Quer dizer, havia uma confiança quebrada com a
revelação surpreendente para todos do sub do sub endinheirado.
Para quem acha que a troca é um aceno ao
bolsonarismo, ledo engano. A secretaria continuará com direção científica
forte. O Doutor Cipriano Ferraz, responsável pela Policlínica Metropolitana e
Policlínica itinerante segue responsável técnico do órgão.
O governo retoma a pauta de suas ações e Helder
pode falar com mais liberdade o seu bordão “Bora Trabalhar”.