A madrugada de domingo (7) foi de terror para
dezenas de pessoas que se divertiam em uma área de bares e conveniências da
Nova Marabá. Após uma briga de trânsito, o policial penal Leandro Moreira
Santana deu um tiro na perna direita do cabo da Polícia Militar, Acácio Gomes
de Sousa.
De acordo com o relato oficial da Polícia Civil,
tudo começou devido a um acidente de trânsito envolvendo o carro dirigido pelo
policial penal e uma moto pilotada pelo filho do cabo PM, de prenome David.
Logo após o acidente, o rapaz chamou Acácio para resolver a situação. Era por
volta de 1h30 da madrugada.
Segundo informação repassada pelo delegado Vinicius
Cardoso das Neves, superintendente regional de Polícia Civil, durante a
conversa para saber quem arcaria com os prejuízos da batida, Acácio e Leandro
se desentenderam, de modo que Acácio foi surpreendido com vários disparos
feitos por Leandro e um dos tiros atingiu sua perna direta.
“O filho do PM entrou em luta corporal com o
policial penal, chegando a golpeá-lo no pescoço com uma chave (da moto). A
partir daí o atirador empreendeu fuga”, explica o delegado.
Acácio foi levado para o Hospital Regional de
Marabá, enquanto Leandro foi preso quando tentava chegar em casa, na Velha
Marabá. Ele também foi socorrido e levado para o Hospital Municipal de Marabá
(HMM), pois sangrava bastante no pescoço.
Mesmo hospitalizado, o policial penal foi autuado
em flagrante por homicídio qualificado (crime tentado), mas o plantão do Poder
Judiciário concedeu fiança de 30 salários mínimos (pouco mais de R$ 36 mil).
Na mesma decisão, ficou deliberado que Leandro terá
de se recolher em casa, das 20h de um dia até 6h do outro; fica afastado das
suas atividades de policial penal; teve suspenso o porte de arma; terá de usar
tornozeleira eletrônica e não poderá se aproximar a menos de 800 metros de
Acácio e de seus familiares.

Arma do policial penal foi apreendida
Por outro lado, pessoas ligadas ao policial penal,
que pediram para não serem identificadas, disseram que Leandro foi agredido
primeiro, com golpes de chave no pescoço, por isso sacou a arma e atirou. Mas
esta não é a versão oficial.


Cena
de guerra
O local onde aconteceu o tiroteio é bastante
movimentado (Folha 20). Existem pelo menos duas grandes conveniências e um pub,
além da Praça Monsenhor Baltazar, que é bastante frequentada praticamente até o
raiar do dia, nos finais de semana.
Na manhã desta segunda-feira (8) era possível ver
os estragos na vidraça de uma loja e também marcas de bala em dois veículos que
ficam expostos ali para serem vendidos por negociantes autônomos.
Quem mora perto de onde tudo ocorreu disse ter
ouvido mais de 10 tiros no momento do tiroteio. Testemunhas disseram que
dezenas de pessoas se jogaram no chão temendo ser atingidas pelo tiro.
Mais
um caso
Este não foi o primeiro caso envolvendo conflito
entre um policial penal e um policial militar de Marabá. No dia 10 de abril
deste ano, o policial penal Leonildo Sousa Cruz matou a tiros o PM Hudson
Thiago Lima de Almeida. O crime aconteceu durante uma festa na cidade de
Augustinópolis (TO), mas tanto a vítima quanto o acusado eram lotados em
Marabá.
ZE DUDU