
POR FOLHAPRESS JUSTIÇA CRIANÇA-MS (Foto: )
POR
FOLHAPRESS
JUSTIÇA CRIANÇA-MS
CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) - Uma menina indígena de 11 anos, da etnia
Kaiowá, foi vítima de um estupro coletivo e foi morta ao ser atirada de um
penhasco de mais de 20 metros de altura, próximo da aldeia Bororó, no município
de Dourados (MS), onde ela vivia. Um dos suspeitos é o tio da criança, que,
segundo a polícia, confessou que há anos abusava sexualmente dela.
O caso ocorreu na noite de domingo (8), mas o corpo da criança só foi
encontrado na manhã de segunda-feira (9).
De acordo com a polícia, cinco homens, três adolescentes e dois adultos,
foram presos e confessaram o crime, nesta terça (10). Todos são indígenas da
mesma aldeia da criança.
O delegado Erasmo Cubas detalhou que a menina estava em casa ingerindo
bebida alcoólica na companhia de dois adolescentes, um de 14 e outro de 15
anos. Eles teriam saído para comprar mais bebidas, quando receberam a proposta
de outro adolescente e um adulto para estuprar a criança em uma pedreira
desativada que fica próxima à aldeia.
Segundo o relato, os dois adolescentes receberam R$ 100.
Eles chegaram a apresentar a proposta de sexo à menina, que recusou.
Então, eles a forçaram a ingerir pinga, bebida mais forte em comparação à que
estavam consumindo anteriormente, e a arrastaram à força até a pedreira, onde
os quatro praticaram o estupro coletivo.
"Bem embriagada, eles começaram a abusar dela, se revezando. O tio,
que saiu para procurá-la, a encontrou depois de ouvir gritos e, ao invés de
cessar a ação, resolveu participar dos abusos", afirmou o delegado. Além
de confessar o crime, ele contou à polícia que abusava sexualmente da criança
havia anos.


De acordo com Cubas, os suspeitos relataram que a menina desmaiou por
conta dos efeitos da bebida e da violência. Mas, em certo momento, ela recobrou
a consciência e começou a gritar por socorro, ameaçando denunciar os homens às
lideranças da aldeia e à polícia. Foi quando eles decidiram atirar a criança do
penhasco.
"Chegamos ao corpo porque os líderes da aldeia ficaram sabendo e
nos acionaram. Eles já nos indicaram os adolescentes que estavam com ela
inicialmente e, por meio deles, chegamos aos demais envolvidos", contou o
delegado.
Ainda segundo Cubas, o exame de necropsia confirmou que a criança sofreu
abuso sexual e indica que ela ainda estava viva quando foi atirada. Por ter
caído em uma pedra de ponta, o corpo foi encontrado com diversas fraturas e com
partes dilaceradas.
Os suspeitos vão responder por homicídio duplamente qualificado, por
feminicídio e por ter como fim ocultar outro crime, e por estupro de
vulnerável.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa dos suspeitos.