
Na foto, à direita, o ministro Onyx Lorenzoni, que assumiu o recém-criado Ministério do Trabalho e Previdência Social, fala aos deputados (Foto: )
Brasília – Em audiência
pública na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP) da
Câmara dos Deputados nesta terça (14), o ministro do Trabalho e Previdência,
Onyx Lorenzoni, afirmou, durante sua explanação dos Planos e Metas da pasta
para o ano de 2021, que o governo tem a expectativa da criação de 2,5 milhões
de postos formais de trabalho até o fim do ano. “Poderia ser muito mais caso o
Congresso tivesse aprovado a Medida Provisória nº 1.045/2021 que criaria um
novo programa emergencial de manutenção do emprego e da renda”, lamentou.
A matéria foi aprovada há duas semanas na Câmara, mas foi rejeitada no Senado,
perdendo em seguida a vigência por decurso de prazo.

Lorenzoni ressaltou que o foco do combate ao
desemprego serão os jovens. Outro desafio é diminuir a fila de espera pela
concessão de benefícios da Previdência Social, que hoje chega a 1,8 milhões de
pessoas.
O ministro tomou posse em 3 de agosto, após o
presidente Jair Bolsonaro (sem partido), decidir recriar a pasta de Trabalho e
Previdência Social, que era uma secretaria vinculada ao Ministério da Economia.
Deputados da base do governo e da oposição
elogiaram a recriação do ministério, e o presidente da CTASP, deputado Afonso
Motta (PDT-RS), apontou a preocupação com os 14 milhões de desempregados,
situação agravada pela pandemia do novo coronavírus.
O ministro Onyx Lorenzoni criticou o lockdown (fechamento,
no termo em inglês) que foi imposto por governos estaduais e municipais em
resposta à crise sanitária, que teve consequências econômicas, e chamou de
“catastrofismo” as projeções feitas sobre o aumento dos índices de desemprego
em decorrência da pandemia.
O ministro disse que quem mais “paga a conta” do
desemprego é a população entre 18 e 29 anos, segundo a Organização
Internacional do Trabalho (OIT).
“Os jovens que começam a procurar emprego ao longo
de crise econômicas, eles têm a pior história laboral, eles têm a menor
remuneração, eles têm o menor número de oportunidades ao longo da sua vida.
Esse dado não é brasileiro, esses dados são de estudos internacionais
comandados pela OIT”, sublinhou.

O parlamentar paraense disse que os altos índices
de desemprego foi herança dos governos de esquerda e que foi agravado com o
fechamento das empresas durante a pandemia
O deputado federal Delegado Éder Mauro (PSD-PA),
após desejar sucesso na nova missão do ministro, que antes de assumir o cargo
no recém-criado ministério do Trabalho e Previdência, era o titular da
Secretaria Geral da Presidência, destacou: “Falaram aqui em 14 milhões de desempregados,
falaram em 46 % de informais, mas o engraçado é que tudo isso é herança dos
governos de esquerda nas últimas décadas”.
“Tudo o que esse governo tem feito foi para socorrer esse país. O governo tem
colocado todas as suas intenções em salvar empregos, fazer inclusive com que as
pequenas e médias empresas, que são responsáveis por 70% dos empregos nesse
país, pudessem estar vivas e atuantes. O que quase não foi possível, porque
muitos, que são sempre do contra, fizeram com as empresas ficassem com suas
portas fechadas”, lembrou o parlamentar paraense.

Quando foi aberto o prazo regimental de perguntas
aos parlamentares, o ministro foi questionado pelo deputado Vicentinho (PT-SP)
sobre ações efetivas para reduzir a informalidade.
“Qual a proposta do ministério para formalizar as
pessoas que tentam sobreviver por conta própria, se esse contingente aumenta
significativamente pela falta de emprego, mas a maioria nesse grupo não tem
CNPJ?”.
O ministro Onyx Lorenzoni defendeu a adequação das
leis às novas modalidades de trabalho, como o home office (trabalho
em casa) e o trabalho intermitente. Ele comparou o caminho até o trabalho
formal a uma espécie de rampa: na base estão os programas de renda e nos
degraus, alternativas como o serviço voluntário e o trabalho incentivado.
“A CLT não atende às necessidades hoje da região
Norte e Nordeste do Brasil, atende de maneira relativa ao Centro-Oeste e parte
do Sudeste. Ela estaria adequada hoje, pelo perfil econômico, para atender o
Sul e parte do Sudeste apenas”, informou o ministro.
De acordo com Lorenzoni a Previdência Social perdeu
cerca de 10 mil funcionários nos últimos dois anos, mas que algumas
providências estão sendo tomadas para acelerar a análise dos processos de concessão
de benefícios.
“O conjunto de medidas que nós estamos preparando
deverá permitir a redução do número, com a ampliação da capacidade de análise
em mais 500 mil processos mensais. Então a gente vai caminhar celeremente para
ver se, no princípio do ano que vem, a gente já consegue ter uma fila, senão
completamente zerada, civilizada”, informou.
O deputado Carlos Veras (PT-PE) sugeriu a
realização de mutirões para diminuir a espera da população.
“Temos um problema na perícia, nos auxílios doença.
Não é a regra, nós entendemos isso, mas tem casos de beneficiários que estão
passando mais de seis meses pra poder fazer a perícia médica. O auxílio doença
é imediato: você passa 15 dias, 30 dias sem receber esse recurso, você vai ter
que voltar a trabalhar doente, porque você não tem outra alternativa”, reclamou
o parlamentar.
Deputados do bloco oposicionista ao governo também
cobraram do ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni, que sejam criadas políticas
para a valorização do salário-mínimo e a ampliação da fiscalização de trabalho
análogo à escravidão no centros urbanos e nas áreas rurais.
Reportagem: Val-André
Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em
Brasília.
Fonte Ze Dudu