
Força-tarefa resgata três trabalhadores que construíam ponte em São Félix do Xingu. — Foto: DPU (Foto: )
Por g1 Pará — Belém
O Grupo Especial de Fiscalização
Móvel de combate ao trabalho análogo à escravidão resgatou nesta semana três
trabalhadores em São Félix do
Xingu, no sudeste paraense.
As vítimas, com idades de 41, 57
e 59 anos, trabalhavam na construção de uma ponte e viviam em um barracão de
lona improvisado, sem banheiro, nem água potável e sem registro na Carteira de
Trabalho e Previdência Social (CTPS).
A equipe constatou a jornada
exaustiva de mais de oito horas diárias, trabalhadas de domingo a domingo, na
construção da ponte, que beneficiaria um fazendeiro da região ao facilitar a
passagem de animais e maquinários.

Trabalhadores viviam em péssimas
condições. — Foto: DPU
Pelo serviço, eles recebiam a
diária de R$ 90, pagos por um subempreiteiro. Os trabalhadores informaram que
outros seis homens já haviam ido embora semanas antes.
Acordo
Na negociação, o fazendeiro
aceitou pagar as verbas rescisórias, no valor de R$ 20.235,00, mas se negou a
assinar o Termo de Ajuste de Conduta (TAC), firmado pelo subempreiteiro.
Na negociação, o subempreiteiro
concordou em pagar R$ 10 mil de danos morais individuais a cada um dos
trabalhadores, em três parcelas,a partir de 13 de dezembro de 2024.
Com o TAC, o subempreiteiro se
comprometeu a não submeter trabalhadores a condições degradantes e reter
documentos pessoais. Ele também deve custear transporte e acomodação, inclusive
no retorno dos trabalhadores aos locais de origem.
As acomodações devem ser limpas,
arejadas, protegidas de chuvas e intempéries, bem como conter roupas de cama
adequadas, colchões e armários individuais.
Também deverá ser providenciado
instalações sanitárias higienizadas, com água canalizada e esgoto ligado à rede
geral, local próprio para refeição e alimentação decente.
A multa é de R$ 10 mil reais para
cada cláusula descumprida. Como o fazendeiro não assinou o ajustamento de
conduta, a DPU e o MPT aguardarão o registro das infrações para propor uma Ação
Civil Pública contra ele.
Participaram do resgate dos
trabalhadores a Defensoria Pública da União, o Ministério Público do Trabalho
(MPT), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF) e auditores
fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
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