Sábado, 03 de Maio de 2025

Brasil
Publicada em 15/07/23 às 07:24h - 108 visualizações
Jader Filho anuncia queda nas taxas de juros do Minha Casa, Minha Vida, após Lula sancionar nova versão
As taxas de juros do financiamento do imóvel foram reduzidas para o menor índice da história do FGTS

Jornal O Niquel

Ministro Jader Filho e o presidente Lula exibem a Sansão do novo Minha Casa, Minha Vida  (Foto: )


Brasília – Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionar na quinta-feira (13), em cerimônia realizada no Palácio do Planalto, em Brasília, a lei que cria o novo programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), maior programa de habitação popular já executado no Brasil. O ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho — gestor do programa —, detalhou a série de melhorias da nova versão do programa aprovada com folga no Congresso Nacional.

Entre as melhorias está o novo padrão de especificações dos imóveis, taxas de juros mais baixas e aumento do subsídio para o proponente pagar a entrada do financiamento. Neste ano já foram entregues 10.094 unidades habitacionais em 37 empreendimentos e foram retomadas 15.836 unidades em 46 empreendimentos. A previsão para os próximos seis meses é de entregar mais 10 mil e retomar a construção de 25 mil unidades. Até 2026, a meta é contratar mais 2 milhões de moradias pelo programa.

Jader Filho disse que o beneficiário tem o dinheiro para pagar as prestações, mas o problema, que agora foi equacionado, é quanto à incapacidade do tomador dar a entrada do financiamento.

Antes, o ministro traçou um histórico das ações da pasta ministerial que levaram à remodelagem do MCMV, ao mesmo tempo em que o próprio ministério era reestruturado, após ter sido extinto no governo anterior. “Em 45 dias de governo, enviamos ao Congresso a medida provisória do Novo Minha Casa, Minha Vida; publicamos regras de retomada dos imóveis, abrimos seleção para 130 mil novas casas em área urbana, 30 mil em zona rural e mais 28 mil em parceria com as entidades”, lembrou. “Além disso, democratizamos o crédito com a aprovação das novas regras de financiamento do FGTS para diversas faixas de renda: famílias que ganham um, dois salários mínimos, chegando até 8 mil reais”, incluindo no programa a classe média baixa.

O discurso do ministro incluiu um resumo das principais características do novo programa MCMV, que a partir de agora também alcança maior parcela da população brasileira. “É indispensável destacar que a classe média brasileira também é contemplada pelo programa de várias formas”, apontou. “Agora, por exemplo, as famílias podem adquirir qualquer imóvel no valor de até R$ 350 mil financiado pelas condições do novo Minha Casa Minha Vida”. O ministro concluiu ressaltando o sentimento de poder ajudar o brasileiro a ter seu teto, proteger sua família e projetar um futuro mais confortável.

Lula agradece equipe

“Eu queria agradecer às pessoas que participaram da elaboração desse novo Minha Casa Minha Vida”, disse o presidente da República, citando o problema do déficit habitacional do Brasil. Ele elogiou as mudanças no novo programa, as moradias com maior espaço e mais bem equipadas. “Todos nós queremos ter nosso espaço. É uma questão de respeito. É preciso que a gente zele pela qualidade das coisas que a gente vai entregar ao povo”, disse. “Todo mundo gosta das coisas bem-feitas, com um certo padrão, porque as pessoas querem ser respeitadas em sua mais importante intimidade”.

A presidente da Caixa, Maria Rita Serrano, revelou que há 287 mil novos cadastrados no programa e apontou como a ação do governo é importante para o desenvolvimento social e da economia. “O investimento do governo no Minha Casa, Minha Vida garante moradia digna, geração de emprego na área de construção civil, união das famílias, e garante, acima de tudo, felicidade, porque nascemos para sermos felizes e casa digna é direito da população brasileira”, declarou.

O setor da construção civil foi representado pelo presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, Renato de Sousa Correia, que reforçou o compromisso do setor com o programa. “Sendo bom para o Brasil e para os brasileiros, estaremos prontos”, disse.

O evento também contou com a participação de representantes de movimento sociais e demais convidados. Após a cerimônia, o ministro das Cidades antecipou em coletiva de imprensa que está sendo preparado um acordo de cooperação entre o ministério e a Academia Brasileira de Letras para a doação de livros para as bibliotecas nos empreendimentos do Minha Casa, Minha Vida.

Confira os principais destaques do novo Minha Casa, Minha Vida:

Aumento da Faixa de Renda

No novo MCMV, as faixas de renda foram ampliadas, tanto para quem será beneficiado com um imóvel pelo Governo Federal, quanto para quem quer financiar. A renda mensal bruta familiar ficou dividida assim:

– Faixa 1 contempla famílias com renda mensal de até R$ 2.640,00;
– Faixa 2 para famílias com renda entre R$ 2.640,01 e R$ 4.400,00;
– Faixa 3 para famílias com renda mensal entre R$ 4.400,01 e R$ 8.000,00.

Valor do imóvel

O valor do imóvel do MCMV foi ampliado. Contempla valores diferentes de acordo com o porte da cidade que receberá o empreendimento e com a faixa de renda para qual ele está destinado.

De forma geral no MCMV:

– Para Empreendimentos que contemplem a Faixa 1 Subsidiado: até R$ 170.000,00;
– Para Empreendimentos que contemplem a Faixa 1 e 2 Financiado: até R$ 264.000,00 e
– Para Empreendimentos que contemplem a Faixa 3 Financiado: até R$ 350.000,00.

Para o MCMV rural:

– Para novas moradias, o valor máximo passou de R$ 55.000 para R$ 75.000 e
– Para melhoria de uma moradia, o valor passou de R$ 23.000 para R$ 40.000

Taxa de juros e financiamento

Não menos importante, embora a decisão de melhorar as condições do financiamento seja a espinha dorsal da viabilidade do programa, no novo MCMV, as taxas de juros do financiamento do imóvel foram reduzidas para a Faixa 1. É a menor taxa da história do FGTS.Para as famílias cotistas com renda de até R$ 2 mil mensais a taxa passou de 4,25% para 4%, para quem vive nas regiões Norte e Nordeste. Para quem vive nas demais regiões do país, a taxa passou de 4,50% para 4,25%.Os Juros da faixa 2 e 3 do MCMV, que chegam no máximo a 8,16% ao ano, são os mais baixos do mercado.O programa passa a dispor das seguintes condições de taxas por faixa de renda:



Ministério das Cidades. Divulgação

Para além de acessarem as melhores taxas de juros do mercado, as famílias que acessarem o financiamento habitacional MCMV com recursos FGTS terão acesso a um maior desconto oferecido no valor da entrada para aquisição do imóvel. Antes, restrito a R$ 47,5 mil na Faixa 1, o subsídio concedido pelo Fundo poderá chegar agora a R$ 55 mil. Esse limite não era revisto desde 2017 e permitirá reduzir a entrada exigida na compra financiada do imóvel, tornando a casa própria uma realidade acessível para a população de baixa renda.

O financiamento pelo MCMV permite aquisição de imóveis novos ou usados permitindo a reinserção no mercado dos cerca de 11 mil domicílios vagos apontados pelo último Censo Demográfico do IBGE.

Subsídio do governo federal, estados e municípios

Nos casos das moradias subsidiadas da Faixa 1, as famílias beneficiadas pagarão prestações mensais proporcionais à sua renda, com um valor mínimo de R$ 80,00, ao longo de um período de 5 anos.

Além disso, as novas contratações do MCMV trazem melhorias nas especificações dos imóveis para garantir moradia de qualidade aos beneficiários.

– Aumento na área mínima das unidades: 40 m² para casas e 41,50 m² para apartamentos,

– Criação de varandas para oferecer um espaço adicional aos moradores.

– Os conjuntos deverão ser equipados com sala de biblioteca e equipamentos para a prática esportiva.

– Localização do terreno: agora o terreno deverá estar inserido na malha urbana, com proximidade a infraestrutura urbana completa já instalada e consolidada, acesso a equipamentos públicos de educação, saúde e assistência social, acesso a comércio e serviços e transporte público coletivo. Terrenos mais bem qualificados podem receber um valor adicional em sua aquisição, incentivando a qualidade e adequação das localizações dos empreendimentos.

Por fim, Jader Filho disse que o veto à política para a geração de energia solar prevista na nova lei do Minha Casa Minha Vida foi pactuada.

Aprovada por meio de uma medida provisória, a recriação do programa habitacional foi alterada no Congresso Nacional para obrigar as distribuidoras de energia a comprarem todo o excedente gerado nos painéis solares dos condôminos. “Vamos iniciar um processo de discussão com o Congresso e o setor privado para uma tratativa específica em relação à questão da energia renovável nos condomínios do Minha Casa Minha Vida”, confirmou Jader Filho.

Segundo o ministro, o veto foi pactuado com o Congresso, porque o governo entendeu que, “da maneira que estava disposto, haveria problemas em relação a como fazer a execução disso”. “Não abondonaremos a iniciativa, e nossa equipe já está se debruçando sobre estudos de como isso será feito”, disse o titular do ministério das Cidades.

Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.























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