A Vale, por meio do Fundo Vale, aderiu à
Iniciativa Floresta Viva, projeto lançado hoje (10/11), em Glasgow, pelo Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O objetivo é conceder
apoio financeiro a projetos de restauração florestal com espécies nativas e com
sistemas agroflorestais (SAFs) nos vários biomas do território brasileiro.
A arrecadação será feita por meio de matchfunding,
modelo de financiamento que junta recursos não reembolsáveis do BNDES com os de
outras instituições apoiadoras. Em sua primeira fase, a Iniciativa Floresta
Viva disporá de pelo menos R$ 140 milhões — sendo até 50% do Banco —, podendo
chegar a R$ 500 milhões ao final da segunda fase. O projeto irá se desenvolver
ao longo de sete anos e a expectativa é reflorestar entre 16 mil e 33 mil
hectares com espécies nativas e biodiversidade, podendo capturar cerca de 9
milhões de toneladas de CO2 equivalente.
A Iniciativa Floresta Viva foi lançada pelo
presidente do BNDES, Gustavo Montezano, durante evento organizado pelo
Ministério do Meio Ambiente, no Espaço Brasil, no centro de convenções onde
ocorre a COP-26, em Glasgow, na Escócia. “Acreditamos em iniciativas como esta,
pois tem o potencial concreto para alavancar recursos para a agenda florestal,
impulsionando soluções de impacto socioambiental positivo, que fortaleçam uma
economia sustentável, justa e inclusiva”, afirmou o vice-presidente-executivo
de Relações Institucionais e Comunicação da Vale, Luiz Eduardo Osorio, que
participou do evento.




O Fundo Vale irá aderir com R$ 5 milhões com uma
contra-partida de igual valor feita pelo banco. “A Iniciativa Floresta Viva vai
ao encontro da agenda florestal do Fundo Vale, que há mais de 10 anos atua nos
biomas brasileiros, especialmente na Amazônia, por meio de arranjos inovadores
com parceiros e com especial atenção para os empreendedores de negócios de
impacto socioambiental”, explica a diretora do Fundo Vale, Patrícia Daros. Cabe
ao Fundo, entre outras responsabilidades, a implementação da meta florestal da
Vale, que prevê recuperar e proteger 500 mil hectares de florestas até 2030.
Hoje, a empresa já ajudar a proteger 1 milhão de hectares ao redor do mundo,
dos quais 800 mil na Amazônia – uma área equivalente a cinco vezes a cidade de
São Paulo.
“A Iniciativa Floresta Viva sintetiza compromissos
concretos dos nossos parceiros e do BNDES, para juntos realizarmos ações de
restauração de florestas e de outras fisionomias de vegetação nos biomas
brasileiros, o que contribui para a manutenção da sua riqueza em termos de
biodiversidade e captura de carbono”, explica Petrônio Cançado, diretor do
BNDES responsável pelo Departamento de Relacionamento de Impacto com o Setor
Corporativo. “Além disso, também daremos uma relevante contribuição na
recuperação de bacias hídricas por meio do restauro de mananciais, tão caros ao
país, especialmente para garantir a segurança de abastecimento das pessoas e
dos negócios que empregam milhares de brasileiros”, completa. Segundo o diretor
de Crédito Produtivo e Socioambiental do Banco, Bruno Aranha, a Iniciativa Floresta
Viva ajudará a impulsionar o setor de restauração ecológica e as empresas
brasileiras na transição justa para uma economia neutra em carbono.
Por intermédio de chamada pública, será selecionado
um parceiro gestor para a iniciativa, o que deverá ocorrer até o final de 2021.
Ele ficará responsável pela organização do processo de seleção pública dos
projetos a serem apoiados — cuja primeira chamada deve ser realizada no
primeiro trimestre de 2022. Terá ainda, entre outras, a atribuição de receber
os recursos do BNDES e das demais instituições apoiadoras e repassá-los para os
projetos contemplados, acompanhar sua aplicação e monitorar os resultados.
Serão apoiados projetos que tenham como finalidade
a restauração ecológica de áreas enquadradas em uma ou mais destas categorias:
Unidade de Conservação da Natureza (UCs), de posse ou domínio públicos; áreas
de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), com exceção daquelas
constituídas como parte de acordos extrajudiciais, condicionantes/termos de licenciamentos
e/ou compensação ambiental ou por determinação judicial; áreas de Preservação
Permanente (APP) e de Reserva Legal (RL) em assentamentos da reforma agrária e
em propriedades privadas de até quatro módulos fiscais, devidamente inscritos
no Cadastro Ambiental Rural (CAR); e áreas em terras indígenas, territórios
quilombolas e de outras comunidades tradicionais.
Cada projeto contemplado receberá um investimento
de, no mínimo, R$ 5 milhões. Os recursos poderão ser empregados, por exemplo,
na aquisição de sementes, mudas, insumos, equipamentos e cercas; na implantação
ou ampliação de viveiros de mudas; em capacitação profissional; e no pagamento
de mão de obra, pesquisas, estudos e serviços técnicos necessários à execução
do projeto. Entre os itens passíveis de apoio, também estão as atividades para
elaboração, aprovação, validação, verificação e emissão de créditos de carbono,
quando associadas à realização dos objetivos do projeto.
Com informações da Vale