Brasil Publicada em 27/10/21 às 15:38h - 116 visualizações
Quadrilha extraía 1 tonelada de ouro/ano de reserva indígena no Sul do Pará Criminosos faturavam R$ 321,2 milhões por ano em ouro das terras indígenas/Fotos: Divulgação/PF
Jornal O Niquel
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A Polícia Federal deflagrou na manhã desta
quarta-feira (27), a “Operação Terra Desolata”, objetivando desarticular
organização criminosa especializada em extração e comércio ilegal de ouro, no
sul do Pará, especialmente, na Terra Indígena Kayapó. A operação conta com
apoio logístico das Forças Armadas.
Mandados estão sendo cumpridos no
Pará e em mais 9 Estados
Cerca de 200 policiais federais estão cumprindo 62
Mandados de Busca e Apreensão e 12 Mandados de Prisão Preventiva expedidos pela
4ª Vara Federal Criminal do Pará. As medidas estão sendo cumpridas em 10
Unidades Federativas: Pará, Amazonas, Goiás, Roraima, São Paulo, Tocantins,
Maranhão, Mato Grosso, Rondônia e Distrito Federal.
A Justiça Federal determinou ainda o bloqueio e
indisponibilidade de valores em, aproximadamente, meio bilhão de reais
(precisamente R$ 469.417.117,00), nas contas dos investigados, via sistema
BACENJUD; o sequestro com bloqueio de cinco aeronaves; suspensão da atividade
econômica de 12 empresas; sequestro com bloqueio de bens imóveis de 47 Pessoas
Físicas e Jurídicas; sequestro com bloqueio de outros 14 bens móveis.
As investigações tiveram início em 2020 e apontam
que a organização criminosa atua em três níveis diversos. O primeiro nível
refere-se aos garimpeiros comuns que extraem o ouro, sem Permissão de Lavra
Garimpeira-PLG, e vendem o ouro para os intermediários, os quais estão no
segundo nível. Estes, por sua vez, revendem o ouro para grandes empresas, que
estão no terceiro nível, para no fim injetá-lo no mercado nacional, ou, então,
destiná-lo para exportação. Durante a investigação, foi constatado que sai das
Terras Indígenas do sul do Pará, aproximadamente, uma tonelada de ouro extraído
de forma ilegal, todos os anos.
No curso da investigação, foi identificada a
existência de garimpo ativo em áreas particulares, que serão objeto de busca e
apreensão em ação conjunta com o Ministério Público do Trabalho, locais em que
há suspeita de se ter trabalhadores em condições análogas à de escravo.
Caso confirmadas as hipóteses criminais, os
investigados responderão, na medida de suas responsabilidades, pelo crime de
usurpação de bens da união, por explorar matéria-prima pertencentes ao referido
ente (Art. 2º da Lei 8.176/1991 – Lei dos Crimes contra a Ordem Econômica), por
executar pesquisa, extração de recursos minerais sem a competente autorização
(Art. 55 da Lei 9.605/1998), por integrarem organização criminosa (Art. 2º da
lei 12.850/2013) e pelo crime de lavagem de dinheiro (Art. 1º da Lei
9.613/1998). Além disso, poderão responder por outros crimes a serem apurados
no curso da investigação, como os previstos na Lei n° 9.605/1998 – Lei de
Crimes Ambientais, bem como o crime de redução a condição análoga à de escravo,
tipificado no artigo 149 do Código Penal. (Fonte: Ascom/PF)
“Terra Desolata”
O nome da Operação “Terra Desolata” é uma
referência à expressão italiana equivalente à expressão em português “Terra
Devastada”, uma vez que o ouro extraído de forma ilegal no sul do Pará é
enviado para Europa, tendo a Itália como porta de entrada, deixando aqui apenas
a terra devastada, em italiano: Terra Desolata.
(Com informações Correio de Carajás)
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