Brasil Publicada em 21/10/21 às 08:11h - 744 visualizações
Incra adverte: assentados que permitem mineração ilegal poderão perder posse das terras O órgão fundiário vai começar a vistoriar as propriedades da região sudeste do Pará a fim de identificar os assentados que estão agindo ou permitindo essa atividade ilegal
Jornal O Niquel
Link da Notícia:
“O governo vai vistoriar propriedades no sudeste do
Pará para coibir extração ilegal de bens minerais em áreas de
assentamento. Caso seja constata irregularidades, assentados poderão
responder por crimes ambientais e perder posse das terras”. A declaração é do
diretor de Desenvolvimento e Consolidação de Projetos de Assentamento do Incra
(Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Giuseppe Serra Seca
Vieira, durante reunião com representantes do Grupo RMB (Recursos Minerais do
Brasil).
Eles estiveram na sede do Incra, em Brasília, para
discutir com o órgão ações de fiscalização para combater a extração ilegal de
ouro e manganês, em nas áreas tituladas da mineradora que coincidem com
assentamento do Incra no sudeste do Pará.
Giuseppe disse que o Incra reconhece que alguns
assentamentos da região são improdutivos e perderam sua função social.
Destacou ainda que o órgão tem conhecimento do passivo ambiental existente nas
áreas de assentamento causado pela mineração ilegal.
Vistorias vão começar em breve
O diretor Desenvolvimento e Consolidação de
Projetos de Assentamento adiantou que a Incra está preparando uma instrução
normativa que será publicada ainda este mês, que vai possibilitar a desocupação
de assentamentos onde haja atividade ilegal de extração de bens minerais.
“Vamos começar a vistoriar as propriedades da região para identificar os
assentados que estão agindo ou permitindo essa atividade ilegal”, antecipou
O diretor do Incra disse que, diante da solicitação
da mineradora, que pretende instalar empreendimento para verticalizar e agregar
valor na produção de manganês no Estado, o órgão vai instruir processo a fim de
dar anuência para atividade da empresa nas áreas de assentamento. “Nesse
primeiro momento vamos identificar todos os assentados para saber quem é ou não
é assentado nosso”, afirmou Giuseppe Vieira.
“Nosso interesse é desenvolver o projeto. E o do
Incra é resguardar os direitos dos assentados. Onde está havendo
irregularidades o órgão vai atuar”, disse Fernando Rodrigues, diretor Jurídico
da RMB, frisando que a mineradora identificou mais de 100 pontos de extração
ilegal em suas áreas outorgadas pela Agência Nacional de Mineração (ANM), na
região do Sereno. Esse levantamento mostra uma radiografia da extração ilegal
de bens minerais, que que está causando danos ambientais na região. Esses dados
já foram repassados aos Incra.
“Caubói” atacou técnicos que realizavam pesquisas
Na reunião, a empresa relatou as dificuldades que
tem encontrado para realizar pesquisas geológicas e levantamentos de avaliação
de recursos minerais nas áreas tituladas pela ANM, que coincidem com
assentamentos, onde funcionários da empresa sofrem ameaças e equipamentos são
danificados em campanhas de campo.
O último ataque sofrido pelos funcionários da
empresa aconteceu na última segunda-feira (18), quando equipe técnica que fazia
levantamento topográfico foi surpreendida por um posseiro, apelidado de Caubói,
que tomou o equipamento e ameaçou os funcionários com arma de fogo.
Caubói trabalha
para um velho conhecido da Polícia Federal, onde é apontado em diversos
inquéritos como chefe de uma quadrilha que atua na região, extraindo
ilegalmente ouro e manganês e devastando o meio ambiente.
Velho conhecido da PF
Marlon, esse é o prenome de Caubói, foi
alvo da PF, que esteve atrás dele em Goiás, quando deflagrou em julho operação
para apurar o vazamento de informações da corporação no Pará. O principal alvo
da ação foi Everaldo Jorge Martins Eguchi, conhecido como Delegado da
PF, acusado de passar informações privilegiadas para a quadrilha comandada
por Marlon.
Durante o encontro, representantes
da mineradora relataram o compromisso assumido com a Semas (Secretaria de
Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade) de entregar em 18 meses, Estudo de
Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) para delimitar área
de influência do projeto. Os estudos também irão definir mecanismos de
compensação e mitigação em decorrência da implantação.
Destacaram ainda que a empresa está olhando não
apenas para questões ambientais, mas, sobretudo, na interação com a sociedade
para estruturar projetos de forma compartilhada, envolvendo estado e municípios
que trarão benefícios para comunidades no entorno do empreendimento.
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