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Entre as grandes e médias cidades com mais de 100
mil habitantes dos países mais ricos da América Latina, Parauapebas tem a menor
taxa de mortalidade por câncer no Brasil e, em contrapartida, o maior índice de
letalidade por acidentes não intencionais. É o que divulga a nova rodada do
projeto Saúde Urbana na América Latina (Salurbal), que estuda como as políticas
e o ambiente urbano afetam a saúde dos moradores das cidades latino-americanas.
A publicação saiu na revista científica Nature (veja a integra do estudo
aqui: https://www.nature.com/articles/s41591-020-01214-4).
O projeto, que pesquisa e acompanha 363 cidades em
países como Brasil, México, Argentina, Colômbia, Peru e Chile, mostra também
que Parauapebas está entre as 15 cidades com a pior expectativa de vida do
continente e na 3ª pior posição do Brasil. A expectativa de vida é o indicador
calculado a partir de diversos fatores sociodemográficos e por meio do qual se
deduz os anos de uma pessoa, do nascimento até a morte.
Em Parauapebas, a expectativa de vida média é de
75,9 anos — só não mais baixa que a de Guarapuava (PR), com 75,6 anos, e Caxias
(MA), com 75,8 anos, e cidades localizadas no México, na Colômbia e no Peru. De
acordo com o Salurbal, vive-se menos no maior produtor de minério de ferro de
alto teor do mundo que em Marabá, que também aparece no estudo e cuja
expectativa de vida média é de 76,4 anos. As cidades paraenses de Santarém
(77,1 anos), Castanhal (77,3 anos) e Belém (77,9 anos) também são listadas.
No Brasil, as 10 cidades com maior expectativa de
vida estão nas regiões Sul e Sudeste e as 10 com menor expectativa de vida
estão no Norte e Nordeste. Dentro do país, há um recorte norte-sul muito
importante, com desigualdades regionais marcantes, como se dividissem a
qualidade de vida dos brasileiros em padrões similares ao europeu (no Sul) e ao
africano (no Norte).



Parauapebas
retratada com destaque
No site da Faculdade de Medicina da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG), um dos parceiros do projeto Salurbal,
Parauapebas é retratado com extremos (confira a reportagem aqui).
A mais rica cidade do interior da Região Norte é onde menos se morre por câncer
e por doenças cardiovasculares entre as pesquisadas, em compensação é a campeã
em óbitos decorrentes de acidentes não intencionais.
O Blog do Zé Dudu observa, contudo, que os dados da
pesquisa do projeto Salurbal são diferentes dos estabelecidos pelo Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), que faz o recorte oficial da
expectativa de vida com base em dados do censo demográfico do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o Pnud, a expectativa de
vida em Parauapebas subiu de 65,69 anos em 1991 para 68,57 anos em 2000 e
alcançou 73,55 anos em 2010.


Pelo censo, Belém saltou de 67,62 anos em 1991 para
74,33 anos em 2010; Santarém, de 63,58 anos para 73,44 no mesmo período;
Castanhal, de 64,1 anos para 72,97 anos; e Marabá, que teve o maior avanço, de
61,8 anos em 1991 para 72,09 anos em 2010.
Fonte Ze Dudu