(Foto: lider fm ourilandia)
*Ana Beatriz Brandão
Como ávida leitora e expectadora de todas as artes que abordam
distopias, falo com propriedade, esse gênero faz as pessoas refletirem sobre
diversos aspectos da sociedade. São muitas lições aprendidas e que podem ser
interiorizadas para o crescimento pessoal e, principalmente, que afeta as
atitudes em grupo. Separei
algumas histórias distópicas e a mensagem que elas passam. Geralmente, são
importantes alertas para ficarmos ligados e evitarmos o descontrole em massa
das pessoas, um possível apocalipse social. - Pai
da distopia, George Orwell, com a obra 1984, faz uma perfeita alusão ao que
passamos atualmente. Sim, não adianta negar, somos controlados pela tecnologia.
Dificilmente hoje em dia alguém consegue dar um passo sem ser visto. O autor já
avisava a sociedade lá em 1949 que a tecnologia poderia contribuir com governos
totalitários e ações de controle de sociedade. - A
tecnologia se mostra cada vez mais como um motivo de apreensão para o caos
social. Isso fica bastante claro em Black
Mirror. As pessoas se desesperam, entram em colapso e, muitas
vezes, não tem habilidade para lidar com tanta facilidade e exposição. Como é
mostrado na série, as relações com as máquinas devem ser bastante cuidadosas,
pois realmente, de uma forma ou de outra, elas controlarão o mundo. -
O Conto de Aia,
de Margaret Atwood, representa um medo atual na sociedade, voltar ao “estado do
clero”. Voltar à caça às bruxas. Imagine uma sociedade controlada por uma
religião conservadora? A obra retrata a mulher como instrumento do governo ou
de seus chefes de família, ou trabalha ou reproduz. Essa história mostra o
perigo da religião não ser defendida como uma questão pessoal e interior, e
caracterizá-la como um medidor de caráter. - O
povo que não lê, que não se informa, que não tem cultura, é um povo altamente
influenciável. Fahrenheit
451, de Ray Bradbury, é exatamente sobre isso. Os livros foram
proibidos e a informação é selecionada pelo governo. Esse é um alerta sobre ter
apenas uma “curadoria” para artes, ou menos proibições, até daquilo que você
acredita não ser cultura. Não importa. A cultura é de cada um e deve ser livre. - Os
recursos estão acabando, a alta sociedade está cada vez mais preocupada com a
situação do meio ambiente e quer se precaver. Isso pode resultar em Jogos Vorazes, Suzanne
Collins. Uma parcela da sociedade tem o direito de viver bem, o restante será
submundo. Uma realidade totalmente possível e mostra que já estamos atrasados
na preservação dos recursos, e o fim não será outro. E para abrasileirar esse
tópico, a série 3% está
colocando essa realidade em pauta também. Caos, o
apocalipse social parece cada vez mais eminente. Não vemos muitas saídas para o
rumo que a sociedade está tomando. Cada vez mais vejo em cada canto do mundo um
pouco das obras ameaçadoramente distópica.
Que a
gente encontre nossa tribo, nosso lugar para lutar e chamar de lar.